Conheça o mofo branco da soja, doença fúngica que pode causar a perda de até 70% da produtividade.
O Brasil é o maior produtor mundial de soja, com uma produção recorde estimada para a colheita de 2019/2020 de quase 125 milhões de toneladas segundo a CONAB. No entanto, para alcançar esse número, diversas doenças devem ser manejadas safra após safra.
Entre as doenças de maior importância econômica na cultura de soja, o mofo branco é reconhecido como fator limitante de rendimento, que deve ser identificado e manejado de forma eficaz.
Histórico do mofo branco
O mofo branco, também conhecido como podridão branca, é uma doença fúngica causada pelo patógeno Sclerotinia sclerotiorum.
Esse fungo é conhecido por hospedar-se em mais de 400 espécies de plantas. No entanto, seu impacto em lavouras de soja acaba sendo maior devido à expansão que o microrganismo alcança nessa cultura.
De acordo com publicação do Grupo Cultivar, aproximadamente 23% da área de produção de soja brasileira pode estar infestada pelo patógeno. Este número representa 6,8 milhões de hectares que necessitam da adoção de medidas de controle da doença.
A perda de produtividade causada pelo mofo branco pode chegar a cerca de 70%. Além disso, o fungo apresenta estruturas de resistência que permitem sua sobrevivência no solo por até 10 anos.
Identificando o mofo branco
O mofo branco é facilmente identificado por apresentar características como:
- Crescimento de um micélio branco com aparência felpuda (algodão).
- Presença de estruturas pretas e rígidas em tecidos vegetais infectados ou no solo, que se assemelham a fezes de ratos — os escleródios.
- Plantas infectadas apresentam inicialmente lesões com aspecto encharcado, que podem ocorrer em qualquer parte da planta.
Chuvas durante a floração, clima úmido, temperaturas entre 10 e 21oC e estádios da planta em que a copa está densa são favoráveis para a propagação do fungo.
Impactos do mofo branco na planta de soja
Ao envolver o caule no lado interno e externo, o fungo pode interromper o fluxo de água e nutrientes da planta, fazendo com que as folhas e o caule apresentem cor escurecida.
A formação de escleródios dentro e fora do tecido da planta faz com que a haste principal e os ramos laterais fiquem ocos e esbranquiçados.
O ciclo do mofo branco
O fungo S. sclerotiorum, causador do mofo banco, sobrevive no solo na forma de escleródio — uma estrutura de resistência que permanece no solo até que surjam condições ideais para o seu desenvolvimento.
O fungo pode se disseminar a partir dos escleródios que caem no solo junto com partes da planta, ou durante a colheita, por conta da movimentação dos equipamentos. Em condições ambientais favoráveis, os escleródios germinam e produzem estruturas chamadas apotécios, que são pequenos cogumelos de coloração marrom.
O solo úmido, sombreado e frio estimula a germinação dos escleródios.
Os apotécios produzem ascos que formam ascósporos (esporos do fungo). Os ascósporos podem ser disseminados pela ação do vento ou materiais contaminados, o que facilita a colonização de flores de soja, especialmente pétalas senescentes.
A infecção pelo fungo pode se espalhar a partir das flores senescentes, alcançando tecidos mais jovens da planta.
Os estágios mais vulneráveis da soja são R1 a R3. Nesses estádios a copa se apresenta mais densa, o que representa um ambiente ideal para o desenvolvimento e dispersão da doença.
Monitoramento do mofo branco
O desenvolvimento do mofo branco é dependente de condições ambientais. Sendo assim, o monitoramento com objetivo de manejar esta doença deve acontecer principalmente nos momentos em que a lavoura estiver mais vulnerável — considerando o clima e o estádio da cultura.
É importante registrar a ocorrência do patógeno e rastrear os níveis de incidência da doença ao longo das colheitas. Dessa forma, é possível avaliar a potencial presença de escleródios no campo.
Além disso, o histórico da lavoura também deve ser considerado. Dados sobre o passado podem ajudar na adoção de estratégias de manejo que superem a característica de alta resistência das estruturas do fungo.
O monitoramento é essencial para evitar danos de grandes dimensões na lavoura de soja. Isso porque, até o momento, nenhuma variedade de soja é completamente resistente a este fungo.
É importante lembrar que, embora a utilização de defensivos agrícolas seja uma importante ferramenta de controle, muitas vezes não é eficiente para todas as fases do ciclo do patógeno.
Estratégias de manejo do mofo branco
Para proteger a cultura dos danos causados pelo mofo branco é importante adotar uma série de ações integradas, antes, durante e depois da colheita da soja. São elas:
- Escolher variedades de soja que apresentam menos suscetibilidade ao fungo do mofo branco, além de evitar variedades altamente suscetíveis em campos com histórico de infecção.
- Evitar rotações curtas com outras espécies hospedeiras do patógeno, como girassol, feijão e algodão — as três culturas que mais disseminam mofo branco. É recomendável a rotação com culturas não hospedeiras do fungo, como milho ou trigo. Dessa forma é possível reduzir o número de escleródios no solo.
- Adquirir semente certificada e, de preferência, tratadas com fungicida.
- Evitar excesso de irrigação até após o período de floração.
- Controlar plantas daninhas.
- Limpar equipamentos e colheitadeiras para evitar uma possível disseminação dos esporos do fungo para outras áreas.
- Utilizar controle biológico com biofungicidas devidamente recomendados para esse patógeno.
- Aplicar fungicidas somente quando necessário, em períodos de maior vulnerabilidade.
- Embora nenhum fungicida apresente controle completo do fungo, eles podem inibir a infecção e seu crescimento.
O fator decisivo para o manejo do mofo branco está diretamente ligado ao planejamento da safra em áreas com histórico de infecção pela doença. Por esse motivo, conhecer o comportamento do fungo na lavoura otimiza todas as operações e tomadas de decisão ao longo da safra, e torna o trabalho de monitoramento mais assertivo.
Fox Xpro para manejo de mofo branco na soja
A adoção do fungicida adequado é fundamental para obter sucesso no manejo de mofo branco. Como solução de manejo para esta doença na cultura da soja, a Bayer oferece o produto Fox Xpro, fungicida foliar que controla as doenças:
- Antracnose
- Cercosporiose
- Ferrugem asiática
- Mancha-alvo
- Mancha parda
- Oídio
- Mofo branco
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