Saiba como funciona a classificação dos grupos de maturidade relativa da soja e como este indicador é importante para o sucesso da sua lavoura.
A classificação de cultivares de soja em grupos de maturação relativa (GMR) transformou a forma como agricultores adquirem suas sementes. Diferentemente da antiga classificação em ciclos, o GMR é muito mais preciso na estimativa de duração do ciclo de desenvolvimento da soja e considera mais fatores para ser definido.
A classificação de ciclos começou a ser substituída em 1997, quando foi publicada a Lei de Proteção de Cultivares. Desde então, conhecer o GMR é de extrema importância para a construção de estratégias produtivas de rotação de culturas, como o sistema soja-milho safrinha ou soja-algodão segunda safra.
Certamente você já sabe quais cultivares se desenvolvem melhor na sua lavoura, mas como ainda existem muitas dúvidas sobre o assunto, o time INTACTA preparou este artigo para ajudar você a entender os grupos de maturação relativa da soja.
A antiga classificação das cultivares de soja em ciclo
Antigamente, a classificação das cultivares de soja era feita considerando-se a duração do ciclo de desenvolvimento.
De acordo com essa classificação, as cultivares de soja eram divididas, quanto ao ciclo, em seis grupos: superprecoce, precoce, semiprecoce, médio, semitardio e tardio.
No entanto, apenas com base nessa classificação, era comum a ocorrência de situações em que uma mesma variedade se comportava de maneira diferente caso fosse plantada em uma ou outra região.
A variação no ciclo de desenvolvimento da soja ocorre em função da temperatura e da luminosidade local.
Isso acontecia porque, se uma variedade de soja é plantada mais ao norte ou ao sul do país, seu ciclo será alongado ou encurtado. Essa variação no ciclo ocorre devido a maior ou menor luminosidade.
Neste contexto, a alteração no ciclo de desenvolvimento de uma cultivar dificulta a previsão de quando serão realizados os tratos culturais e a colheita, o que impacta totalmente na estratégia do agricultor.
A adoção do Grupo de Maturação Relativa
Com o desenvolvimento de um grande número de cultivares no país e o advento da diferença de maturação das plantas dependendo do local de onde é plantada, se fez necessária a mudança da classificação da soja.
A nova classificação das cultivares de soja, agora com base no grupo de maturação relativa, consegue prever com mais precisão o comportamento da cultivar de acordo com o local onde ela é plantada.
O GMR, que solucionou diversos problemas para o produtor, foi desenvolvido nos Estados Unidos e no Canadá, e se tornou o padrão para definir a adaptação de cultivares de soja ao fotoperíodo de uma região.
Grupo de Maturação Relativa da soja
O GMR onde uma cultivar se enquadra prevê a quantidade de dias para que a soja complete seu ciclo, considerando um período que começa na semeadura e termina na maturidade fisiológica. Esse intervalo de tempo depende das condições ambientais nas quais a soja é plantada.
Sendo assim, com a utilização do GMR, é possível predizer o tempo necessário para que a soja complete seu ciclo e qual será seu comportamento em cada local.
A soja terá um ciclo com duração que varia de 90 a 150 dias, se for plantada na faixa de latitude indicada para a cultivar.
Na classificação por GMR, as cultivares de soja são separadas em 13 grupos de maturação relativa, representados por números que variam do 000, 00, 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 a 10.
As cultivares de soja com menores GMR são indicadas para a Região Sul do Brasil, enquanto as de maior GMR são recomendadas para as regiões Central e Norte do país. Por exemplo, a preferência da Região Sul varia de GMRs 5.0 a 8.0, enquanto a preferência no Centro-Oeste varia de 7.0 a 9.0, e próximo ao Equador de 9.0 a 10.0.
No infográfico da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), você pode ver como esses grupos de maturação relativa são distribuídos pelo Brasil:

Outra característica que podemos determinar em relação ao GMR é o ciclo. Quanto menor o GMR, menor será o ciclo da cultura.
Para compreender o que implicam esses números, veja a tabela do artigo “Grupo de maturidade relativa: Variação no ciclo de desenvolvimento da soja em função da época de semeadura”, publicado no VIII Congresso Brasileiro da Soja:

A importância da classificação por GMR
A previsibilidade na agricultura vale tempo e dinheiro, e são raras as coisas que podem ser antecipadas pelo produtor, considerando-se o clima e o ambiente ao longo da safra. Por esse motivo, poder escolher cultivares que realmente se encaixam na sua lavoura é fundamental.
Ao se compreender o comportamento da planta de acordo com o local e as condições climáticas, é possível traçar um planejamento de manejo da cultura com critérios confiáveis. Geralmente isso otimiza a compra de insumos e o uso de maquinários, além de facilitar o atendimento das demandas nutricionais da lavoura de soja.
Como resultado, o produtor tem mais clareza nos planejamentos de instalação de culturas subsequentes, como o milho safrinha e o algodão segunda safra, e de comercialização dos grãos de soja colhidos.
Para ter certeza de que está investindo nas cultivares de soja ideais, busque por sementes com tecnologia INTACTA indicadas para sua região. E não deixe de conferir com atenção o Zoneamento de Risco Climático (ZARC) à soja, que pode indicar quais serão as probabilidades de estresses abióticos na sua propriedade.