Para iniciar uma lavoura de soja com alta performance após a colheita do milho safrinha, é necessário adotar uma série de estratégias. Algumas delas acontecem antes da colheita do milho, enquanto outras têm ligação direta com a execução da colheita. Por último e não menos importante, existem pontos de atenção após a colheita, que vão refletir na qualidade do estande e desenvolvimento inicial da soja.
É importante observar essas etapas durante a safrinha de milho para termos uma visão sistêmica da produção agrícola. Sempre que avaliamos resultados ou planejamos estratégias de culturas sucessoras com base no que foi feito na cultura anterior, estamos aplicando o conceito de sistemas produtivos.
A “visão sistêmica” nos ajuda a pensar a lavoura a longo prazo, em que, independentemente da cultura instalada, estamos visando a melhoria da qualidade das propriedades do solo, sejam elas físicas ou nutricionais, além da otimização do manejo de pragas, doenças e plantas daninhas.
Essa integração nos permite um melhor aproveitamento do potencial do ambiente produtivo, beneficiando diretamente as culturas de maior importância comercial para determinada região.
O milho safrinha em 2020
De acordo com relatório de acompanhamento de safra da CONAB (Companhia Nacional do Abastecimento) publicado no dia 12 de maio, a segunda safra de milho foi mais concentrada na região Centro-Oeste do país.
Um percentual relevante da área de milho foi plantado fora da janela de plantio recomendada. Por conta disso, as chuvas de maio foram fundamentais para a maioria das lavouras durante a fase reprodutiva.
Relatório da CONAB aponta que as expectativas de produtividade para a safrinha de milho, mesmo considerando a eventualidade de frustações causadas pelo comportamento do clima, é de aumento na produção na ordem de 3,7% em relação à produtividade do milho segunda safra do ano passado, atingindo 75,9 milhões de toneladas.
Boas práticas na fase final do milho safrinha
As condições climáticas vão direcionar com mais precisão como será o encerramento da safrinha de milho. No entanto, produtores que querem plantar soja como cultura sucessora, precisam focar em práticas decisivas, que vão preparar o campo para a entrada da próxima cultura. Saiba agora quais são elas e quando devem acontecer.
Antes da colheita do milho safrinha
Temos três fatores que podem influenciar a cultura da soja e devem ser observados antes da colheita da safrinha:
Bom manejo de plantas daninhas durante a safra
Realizar a colheita em uma lavoura com forte pressão de plantas daninhas pode acarretar uma série de más consequências. Além da provável baixa produtividade, o maquinário distribuirá sementes das ervas por toda a área, proporcionando mais problemas no futuro.
Monitoramento e manejo de pragas
Com a pressão de pragas controlada, a matéria orgânica deixada no solo não servirá de hospedagem para insetos que podem aguardar o plantio da soja enquanto se alimentam de sobras da cultura anterior. Por isso a execução MIP (Manejo Integrado de Pragas) deve ocorrer desde o início da lavoura até a maturidade fisiológica da cultura.
Bom manejo nutricional da lavoura de milho
Além de alta produtividade, plantas bem nutridas representam excelente produção de palhada para cobertura do solo onde será realizado o plantio direto da soja e integram perfeitamente a visão de sistemas produtivos, porque contribuem com o ambiente como um todo a longo prazo.
Colheita do milho safrinha
Muito do que é feito aqui, reflete diretamente no desempenho das primeiras semanas da lavoura de soja. E o tempo é ponto-chave para alcançar o sucesso nessa etapa.
Quanto mais tempo o milho fica no campo, maiores são as perdas na hora da colheita e menor é o tempo para execução das ações de controle de plantas daninhas, plantas voluntárias e correção da fertilidade do solo antes do plantio - caso seja necessário.
Por tanto, a operação no campo deve considerar:
Ponto ideal de colheita do milho
Colher antes ou depois do momento certo pode gerar problemas operacionais na hora da colheita, redução de produtividade e maior perda de grãos. Segundo a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), o milho deve ser colhido quando os grãos estiverem com umidade em torno de 14%, caso o objetivo for armazenar o produto debulhado.
Regulagem do maquinário
A regulagem da colhedora e a velocidade da operação definem a quantidade de perdas, garantindo um melhor rendimento de grão. De acordo com a Ageitec (Agência Embrapa de Informação Tecnológica), a faixa de velocidade de trabalho na colheita varia de 4km/h a 6km/h e deve considerar a capacidade de maquinário. Realizar essa operação de forma displicente pode ocasionar a perda de muitos grãos que se espalham facilmente pelo solo. Como consequência, o arranque inicial da soja pode contar com um competidor agressivo: o milho tiguera (milho voluntário).

Pós-colheita do milho safrinha
Com a produtividade devidamente colhida, é hora do manejo pós-colheita. É nessa etapa que avaliamos as condições da lavoura e tomamos decisões assertivas para a entrada da soja.
Um dos fatores de maior influência na instalação da soja no verão é o manejo de pós-colheita do milho safrinha, que, quando feito no momento correto, assegura o acesso à melhor janela de plantio.
Após a colheita do milho safrinha, o olhar do produtor deve se voltar para:
Características e condições do solo
Uma boa análise de solo pode apontar demandas nutricionais que devem ser atendidas antes mesmo do plantio da soja. Mesmo com o plantio recorrente da oleaginosa, a cada safra o solo pode oferecer nutrientes em níveis diferentes e a correção do solo pode ajudar a alinhar as expectativas de produtividade da cultivar que será instalada.
Monitoramento e manejo de plantas daninhas
A soja precisa ser plantada no limpo, afinal, plantas daninhas representam o maior desafio para a cultura no Brasil hoje. Com o monitoramento, é possível adotar táticas de manejo com herbicidas que apresentem melhor eficácia de acordo com a espécie e estágio das plantas daninhas, evitando a matocompetição inicial e maiores dificuldades no futuro com plantas daninhas de difícil controle ou resistentes.
Monitoramento e manejo de pragas iniciais
Insetos como os percevejos e lagartas podem sobreviver e se alojar na palhada por tempo suficiente até que aconteça a emergência da soja. Mesmo com a adoção de um bom tratamento de sementes, será necessário que a praga ataque a plântula para ser controlada, gerando perdas de plantas por hectare. A identificação de espécies e controle com inseticidas ideais para cada uma delas ainda na palhada pode preservar o estande, melhorando o aproveitamento da lavoura durante as fases iniciais.
Mais sobre plantas daninhas em estágio inicial
De acordo com estudo realizado na Unesp Jaboticabal, a presença de plantas daninhas impacta a cultura da soja, reduzindo a produtividade da oleaginosa de forma significativa. Intitulado “Períodos de interferência das plantas daninhas na cultura da soja nos sistemas de semeadura direta e convencional”, o trabalho demonstra que a redução na produtividade de grãos imposta por plantas daninhas que conviveram com a cultura durante todo o seu ciclo foi de 32%, sendo a produtividade máxima de grãos de 3.338 kg ha-1.

Após a realização dessas práticas por meio da visão de sistemas de produção, o próximo passo você já sabe qual é: a adoção da tecnologia Intacta RR2 Pro®, aliada à melhor genética para o ambiente produtivo da sua lavoura e janela de plantio.