O preparo do solo antes do plantio pode ajudar você a fornecer a quantidade necessária de água e nutrientes para a lavoura durante toda a safra.

O preparo do solo para o plantio de soja integra uma série de ações, que começam na análise do solo, e passam pela descompactação em profundidade, calagem e gessagem. Esse trabalho é realizado com o objetivo de fornecer as melhores condições para que a cultura da soja se desenvolva expressando o máximo do seu potencial genético em sistemas de plantio direto.

Com uma cultivar de alto teto produtivo adaptada para a sua microrregião e biotecnologias INTACTA , o preparo do solo é um fator decisivo para uma boa safra. Afinal, esse manejo vai ajudar você a fornecer a quantidade necessária de água e nutrientes para a lavoura do plantio à colheita, reduzindo impactos de adversidades climáticas.

Não é todo talhão que precisa receber esse manejo antes da safra começar , mas se a sua lavoura nunca passou por um processo como esse, ou se o preparo do solo foi realizado há mais de cinco anos, vale a pena conhecer as dicas que vamos compartilhar neste artigo.

Por que é importante preparar o solo antes do plantio da soja?

Três fatores fundamentais justificam a importância do preparo do solo para o plantio da soja:

· A necessidade de um bom desenvolvimento radicular.

  • A demanda da planta por água.
  • A demanda nutricional da lavoura.

Para se ter ideia, durante todo o ciclo da cultura da soja, uma planta necessita de 450 a 800 mm de água. Basicamente, para cada grama do grão de soja produzido, são demandados dois litros de água.

A adoção do sistema de plantio direto é fundamental para a conservação do solo, e influencia diretamente no teor de matéria orgânica e na capacidade de retenção e escoamento de água.

Os nutrientes, por outro lado, são requisitados em volumes que correspondem à genética da cultivar e produtividade esperada, como mostra a tabela da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária):

Para fornecer os dois insumos de forma adequada, precisamos considerar alguns desafios:

· Não podemos contar apenas com a irrigação ou com as chuvas, para que a planta receba o total de água necessário durante toda a safra.

· Não podemos fornecer todos os nutrientes para a lavoura apenas em aplicações no sulco de plantio ou de cobertura ao longo do desenvolvimento da cultura.

É justamente para superar esses desafios que as práticas envolvidas no preparo do solo são recomendadas. Entre os benefícios desse manejo, estão:

· Sistema de adubação que beneficia a área em longo prazo.

· Correção das características físicas e químicas do solo.

· Melhores condições para o desenvolvimento das raízes das plantas.

· Maior capacidade de armazenamento da água das chuvas.

· Otimização e eficácia no uso de macro e micronutrientes.

Além disso, quando o objetivo é instalar uma lavoura de soja de alta performance, o preparo do solo é fundamental. Afinal, a prática possibilita que a variedade escolhida expresse seu máximo potencial produtivo.

Agora que já explicamos a importância do preparo do solo para o plantio da soja, podemos começar o nosso passo a passo para realizar essa tarefa da melhor forma. Confira!

Análise de solo

A análise de solo é o 1º passo do preparo do solo para o plantio . É a partir dessa análise que podemos identificar a disponibilidade de nutrientes, bem como as condições físicas e químicas do solo.

Segundo o IAC, o solo deve ser analisado pelo menos a cada dois ou três anos ou com maior frequência em solos com problemas de fertilidade ou intensamente cultivados.

O resultado da análise do solo vai gerar um mapa da lavoura, indicando as necessidades específicas de cada talhão. Com esse dado, conhecemos as demandas por:

  • Descompactação do solo na profundidade correta.
  • Correção do solo em profundidade.
  • Disponibilidade de nutrientes no solo.
  • Nível de acidez do solo.
  • Calagem e gessagem.

Por esse motivo, a análise de solo é o carro-chefe de todo o planejamento da safra, e ajuda a estabelecer qual será a estratégia de manejo nutricional da lavoura ao longo do desenvolvimento da cultura, de acordo com a produtividade almejada.

A análise de solo deve ser feita com antecedência, no mínimo 90 dias antes da data de plantio.

Como coletar amostras para análise de solo?

Vale reforçar que uma boa amostra de solo para análise é mais relevante do que a qualidade do laboratório que receberá o material. Isso porque, caso a amostra seja coletada de forma errada, as informações poderão induzir o agricultor ao erro.

De acordo com o IAC (Instituto Agronômico de Campinas) , o processo de análise de solo, da coleta até a entrega para o laboratório, deve correr da seguinte forma:

Escolha glebas de amostragem

Separe a sua lavoura em glebas de até 20 hectares, e retire amostras isoladas de cada uma dessas áreas.

No planejamento da análise, agrupe as glebas por semelhança, tomando por base características como posição topográfica (solos de morro, meia encosta, baixada, etc.), cor do solo, textura (solos argilosos e arenosos), cultura ou vegetação anterior (pastagem, café, milho, etc.), adubação e calagem anteriores.

Utilize as ferramentas corretas
O enxadão, as sondas ou os trados são as ferramentas ideais para coletar amostras de solo.

O IAC reforça que o trado pode ser mais fácil de usar. Além de tornar o trabalho mais rápido, essa ferramenta permite a retirada da amostra na profundidade correta e da mesma quantidade de terra de todos os pontos amostrados.

Realize a coleta de forma adequada

Retire diversas subamostras de cada gleba, para obter uma média da área amostrada.

Percorra a gleba em ziguezague e colete 20 subamostras por gleba homogênea .

Introduza o trado no solo até a profundidade de 20 cm , retire a terra e coloque apenas o que estiver no centro do equipamento em um recipiente limpo, dispensando as camadas no entorno da ferramenta.

A terra coletada até aqui representa uma porção de solo na profundidade de 0 a 20 cm.

Evite retirar amostras do solo em pontos próximos a cupins, formigueiros, casas, estradas, currais, estrume de animais, depósitos de adubo, calcário ou manchas de solo.

Repita esse trabalho nos 20 pontos da mesma gleba, concentrando todas as amostras em um único recipiente. Quebre os torrões de terra dentro do recipiente, retire pedras, gravetos ou outros resíduos e misture muito bem. Se a terra estiver muito úmida, deixe a amostra secar ao ar.

De acordo com o IAC, essa mistura de subamostras retiradas de vários pontos de uma mesma gleba homogênea é chamada de amostra composta .

Coletando amostragem de subsolo

A finalidade da análise de solo abaixo da camada arável é diagnosticar o excesso de acidez, que dificulta o crescimento das raízes, e os teores de alguns nutrientes.

Esse tipo de amostra também pode ser coletado com o trado, na profundidade de 20 a 40 cm.

Seguindo o mesmo fluxo descrito no tópico anterior, essa coleta pode ser feita assim:

· Primeiro colete a amostra de 0 a 20 cm dos pontos escolhidos em ziguezague.

· Em seguida, retire a terra da superfície que caiu dentro do buraco.

· Depois, aprofunde o trado até 40 cm no mesmo buraco e retire uma amostra de solo.

Antes de transferir essa amostra para o recipiente, raspe a terra da lateral do trado e retire de 2 a 3 cm de terra da parte superior. Isso é essencial para evitar contaminações com a terra da superfície na amostra composta de subsolo.

Envie ao laboratório

Retire cerca de 300 g de terra do recipiente de cada gleba, e transfira para uma caixinha de papelão apropriada ou saco de plástico limpo. Essa porção de terra (amostra composta) será enviada ao laboratório.

Lembre-se de que as amostras em superfície (0 a 20cm) e subsolo (0 a 40cm) de cada gleba devem ser concentradas em recipientes distintos.

Depois disso, o resto da terra de ambas as amostras compostas pode ser dispensado, e o processo pode recomeçar em outra gleba da lavoura.

Registre adequadamente as informações da sua amostra de solo

Segundo o IAC, é importante identificar a amostra de solo com o nome do produtor, a propriedade, a gleba amostrada e a data.

Anote em um caderno, junto com um mapa da propriedade, o número de cada amostra e o local de onde foi retirada. Essas anotações servem para identificar o local para aplicações de calcário e fertilizantes. Além disso, facilitam o acompanhamento da evolução da fertilidade do solo de um ano para outro.

Como avaliar a compactação do solo?

Solos compactados apresentam baixa infiltração de água e facilitam enxurradas, causando erosão. Com a estrutura degradada, o desenvolvimento radicular das plantas de soja é inviabilizado, e a lavoura não consegue expressar seu potencial genético.

Quando o solo está descompactado, o aproveitamento de todo o perfil do solo pelas raízes da planta de soja é facilitado.

Para saber a profundidade da compactação do solo, é preciso realizar uma análise de compactação do solo.

Essa análise pode ser feita com um penetrômetro. Ao tocarmos o solo de diferentes glebas da lavoura com o equipamento, obtemos rapidamente as informações necessárias para criar um mapa de compactação e suas respectivas profundidades.

Como realizar a descompactação do solo

A descompactação é o 2º passo do preparo do solo. A operação pode ser efetuada com dois tipos de equipamentos, que causam o revolvimento mínimo do solo e conservam a palhada. A adoção de cada um deles depende da profundidade da compactação do solo. Veja:

  • Escarificador
    Deve ser utilizado para compactação em até 30 cm de profundidade.
  • Subsolador
    Para compactação que supera 30 cm de profundidade.

Existe um terceiro equipamento, o arado de disco, que deve ser usado apenas em condições específicas, como, por exemplo:

· Áreas muito degradadas, com baixa quantidade de palhada.

· Quando a necessidade de calcário do solo é maior que 2 ton/hectare e a área apresenta compactação superficial.

O arado de disco tem capacidade para descompactar o solo e incorporar o calcário no perfil de 0 a 20 com muita eficiência.

De acordo com a consultoria Ag.In (Agricultura Inteligente), o solo precisa estar em condições de baixa umidade no dia da operação. Caso contrário, a área será ainda mais compactada.

Confira a 3ª etapa aqui: Correção de solo.