Checklist da pré-colheita da soja.

Confira as nossas dicas para realizar uma colheita de qualidade, com maquinários bem-ajustados e uma lavoura livre de plantas daninhas.

A colheita é, sem dúvidas, o momento mais especial de toda a safra. Para que tudo ocorra dentro do esperado, é importante que o maquinário esteja nas condições adequadas e que a lavoura esteja livre de plantas daninhas, com as vagens de soja no ponto ideal para a colheita.

Consulte o checklist INTACTA da pré-colheita da soja e saiba por que esses três fatores são extremamente relevantes para extrair toda a produtividade da lavoura.

Saiba o momento ideal para colher a soja

Antes de pensar em levar as máquinas para o campo, é muito importante identificar se a lavoura está preparada para a colheita. O indicador que nos mostra o momento certo para colher é a maturação da planta de soja.

De modo geral, a lavoura de soja está pronta para a colheita quando a cultura chega ao estágio R8 – etapa em que os grãos estão perfeitamente desenvolvidos e com a umidade adequada para que não ocorram danos nem perdas de grãos durante a operação.

Após o “ponto de colheita”, dias a mais na lavoura representam perdas na qualidade do produto, que pode ser contaminado por doenças ou ser atacado por pragas.

Colheita em condições climáticas adversas

Um estudo realizado pela Fundação ABC, em parceria com a Universidade Estadual de Londrina (UEL), avaliou o efeito das variáveis agrometeorológicas e do atraso da colheita na umidade dos grãos, massa de mil grãos e produtividade da soja.

O conhecimento sobre esses fatores é muito importante nos dias de hoje, em que lidamos cada vez mais com incertezas sobre chuvas ou estiagem em momentos-chave da safra.

Especificamente em relação ao impacto das chuvas perto da colheita, a pesquisa constatou o seguinte:

No período entre R8.2 e a data da colheita, o número de dias com volume de chuvas igual ou superior a 3 mm exerce influência na umidade dos grãos da soja.

A umidade dos grãos é diretamente relacionada à massa de mil grãos, que integra os fatores de produtividade.

As maiores perdas de produtividade ocorrem em ambientes com alta frequência de precipitações pluviais, altas temperaturas e radiação solar global elevada.

O estádio fenológico R8.2 apresenta as maiores produtividades de soja, independentemente das condições da lavoura, mas após esse estádio, o atraso da colheita gera perdas.

Sendo assim, a estratégia de colheita deve ser planejada, considerando-se o histórico de precipitações da lavoura e as previsões do tempo para a data em que a planta alcançará a maturação.

Realize a dessecação pré-colheita da soja

Parece difícil alinhar clima e operacional para preservar a qualidade dos grãos de soja durante a colheita. Contudo, para lidar justamente com os fatores sobre os quais não temos controle, existe uma prática indispensável nessa etapa: a dessecação pré-colheita.

A operação é realizada com a aplicação de herbicida de contato quando a cultura atinge o ponto de maturação fisiológica, entre as fases de R7 e R8. Essa aplicação mata a planta e seca suas folhas, uniformizando a maturação e otimizando o processo de colheita.

A dessecação é um dos principais recursos para lavouras que enfrentam oscilação de umidade, excesso de chuvas e altas temperaturas antes da colheita.

A dessecação deve acontecer quando as plantas atingirem a maturação fisiológica, no estágio R7. É possível reconhecer esse estágio visualmente, identificando uma vagem com coloração “madura” na haste principal da planta.

O melhor momento para a aplicação do herbicida é quando a soja apresenta cerca de 70% de vagens com coloração amarronzada ou bronzeada.

Por que dessecar a partir de R7?

A partir de R7, as vagens da planta de soja já estão cheias e os grãos estão prontos para a colheita. Depois desse estágio, a única coisa que ocorre com as plantas é a perda de água.

É possível manter a planta na lavoura até o estágio 8.2, quando geralmente ocorrem as colheitas. No entanto, qualquer atraso na operação após esse momento pode causar redução na qualidade dos grãos.

Se o objetivo é antecipar a colheita por motivo estratégico – como o plantio de safrinha na sequência -, e realizar uma colheita com segurança, a dessecação pré-colheita no momento ideal é fundamental.

Sem plantas daninhas, sem “enrosco” na colheita

A dessecação pré-colheita também ajuda no controle de plantas daninhas que podem dificultar a colheita e prejudicar a próxima cultura. Além disso, essa boa prática traz benefícios, como:

Redução de impurezas no momento da colheita, como folhas e pecíolos das plantas.

Eliminação de partes verdes da planta, que podem ser contaminadas por doenças ou hospedar pragas.

Preparação da área para a próxima cultura, fornecendo palhada para plantio direto, e garantindo boas janelas de plantio para milho safrinha ou algodão.

Prepare o maquinário de colheita

Uma boa colheita depende de todos os fatores listados acima, somados a uma boa regulagem da colhedora antes de iniciar o trabalho.
Veja abaixo quais detalhes devem ser observados para colher o máximo da produtividade da lavoura:

Velocidade da colhedora

De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a velocidade de deslocamento da colhedora é determinada em função do trabalho da barra de corte. A faixa ideal de velocidade de deslocamento varia de 5 a 6,5 km/h, verificando se as perdas de grãos estão abaixo dos níveis toleráveis.

A tolerância de perdas de grãos na colheita é de até 1 saco de 60 kg por hectare.

Ainda segundo a Embrapa, para estimar a velocidade da colhedora, é necessário contar o número de passos largos (cerca de 90 centímetros) tomados em 20 segundos, caminhando na mesma velocidade e ao lado da colhedora. Depois é só multiplicar o número encontrado por 0,16 para obter a velocidade em km/h.

Rotação do molinete

A velocidade da rotação do molinete deve ser ajustada para 15% a 20% acima da velocidade da colhedora. Esse ajuste pode ser realizado, observando-se a operação inicial da máquina:

A rotação ideal é obtida quando o molinete toca suavemente e inclina a planta ligeiramente sobre a plataforma antes de ela ser cortada pela barra de corte.

Ajustar posição do molinete

O eixo do molinete deve ficar de 15 a 30 centímetros à frente da barra de corte, e a altura do molinete deve permitir que os travessões com os pentes toquem na metade superior da planta. Com essa regulagem, o impacto dos travessões contra as plantas é mais suave, evitando o tombamento e facilitando o corte na hora da colheita.

Avaliar vida útil das peças da colhedora

O estado da barra de corte e componentes ativos deve ser avaliado. Facas cegas e dedos das contranavalhas frouxos reduzem a ação de corte e aumentam a vibração das plantas, o que pode causar a abertura de vagens e quedas de grãos fora da plataforma.

A folga entre uma navalha e a guia da barra de corte é de aproximadamente 0,5 milímetro. A folga entre as placas de desgaste e a régua da barra de corte é de 0,6 mm. Se o padrão encontrado no maquinário não for esse, algumas peças precisam ser ajustadas ou trocadas.

Altura da barra de corte

A barra de corte deve ficar o mais próximo possível do solo. Algumas máquinas da atualidade controlam automaticamente a altura do corte, mas caso a colhedora não apresente essa característica, a regulagem precisa ser realizada.

Depois de todos esses ajustes, o próximo passo é reunir a equipe, definir o melhor dia e horário, considerando-se as previsões climáticas, e encher os caminhões com grãos de soja de qualidade, produzidos com INTACTA RR2 PRO®.